Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas

terça-feira, 14 de julho de 2009

Governo gasta muito e mal

Especialistas sugerem a redução dos gastos públicos para estimular o crescimento econômico do nosso país e melhorar a distribuição de renda. O professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Simão Davi Silber, diz que as atuais despesas do governo são exageradas e nem sempre contribuem para estimular a expansão da economia. Para ele, o governo deveria investir mais em portos, estradas, educação, saúde e reduzir gastos com pagamentos de funcionários e melhorar a administração da máquina pública.
Nesta terça-feira, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou estudo em que reforça a opinião do professor da USP. No documento, a instituição diz que o governo brasileiro precisa encontrar formas para "coibir" o gasto público no futuro. Mais informações na Agência Estado: http://www.estadao.com.br/.
Segundo o órgão, o chamado superávit primário, a economia feita para o pagamento do juro da dívida pública, vem sendo cumprido mediante o aumento da cobrança de tributos. Em vez disso, a instituição sugere a redução de gastos correntes e de custeio (salários e outras despesas) do governo e queda da carga tributária, que é a arrecadação de impostos. Assim, aliviaria o setor privado que poderia investir mais na produção e geraria mais emprego.

Segundo a OCDE, os gastos do governo brasileiro são altos tanto em relação aos de países emergentes quanto aos de economias ricas. Instalada em Paris, a OCDE é uma organização internacional dos países comprometidos com os princípios da economia de livre mercado que buscam um crescimento econômico duradouro.

O professor da FEA/USP, Silber, acredita que a economia do Brasil só conseguirá alcançar taxas de crescimento entre 7% e 8% ao ano quando fizer uma política de ajuste fiscal rigorosa. Na prática, política fiscal representa redução de gastos de dinheiro público “julgado desnecessário”. Com isso, diz, seria possível investir mais nas estradas brasileiras, na educação, saúde e segurança. Algumas reformas foram feitas neste sentido na década de 90, no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal. Porém, é preciso aperfeiçoar a medida. Ou seja, fechar as torneiras dos gastos públicos e guardar as chaves dos cofres que liberam o dinheiro para a corrupção.

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