Não será fácil a investida de José Serra (PSDB) no Nordeste em busca de eleitores na tentativa de ocupar a cadeira de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República. Nos últimos sete anos, Lula atraiu a confiança dos nordestinos ao colocar na pauta do dia os problemas sociais da região.
Por décadas, o nordestino se sentiu esquecido e enganado pelos políticos que só os visitavam a cada quatro anos, no período de campanha eleitoral, quando prometiam resolver os problemas financeiros e de desemprego na região. Porém, as promessas jamais eram cumpridas. Parafraseando o ditado popular, os nordestinos sempre ficavam a ver navios, depois das eleições. As promessas de campanhas nunca eram concretizadas e os políticos ali não mais voltavam antes do novo ciclo pré-eleitoral.
O cenário atual parece ser outro. Nos últimos sete anos o poder aquisitivo do nordestino foi “nivelado para cima”, graças a melhorias de distribuição de renda e de geração de emprego influenciadas pelos investimentos produtivos na região _ atraídos pelas políticas sociais do presidente Lula.
Os moradores do Nordeste temem que seus sonhos, conquistados nos últimos anos, desmoronem com a saída de Lula do poder. Na tentativa de adiar dias melhores em suas vidas eles deverão optar pela candidata de Lula (Dilma Roussef) na sucessão presidencial. Por razão óbvia, Serra terá dificuldades de angariar votos de nordestinos que hoje são como “gatos escaldados que têm medo de água fria”.
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