Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O papel da imprensa na rebelião contra os impostos

Fonte: Observatório da Imprensa

A rebelião contra os impostos já é um fenômeno mundial e, ao que tudo indica, vai ocupar um lugar destacado na pauta da imprensa brasileira durante a cobertura da campanha para as eleições presidenciais de 2010.

É um tema muito popular e que mexe no bolso de todos nós, mas cuja discussão deve ser contextualizada sob pena de nos induzir a apoiar soluções ainda mais desastrosas, tanto do ponto de vista econômico como do social.

Não há a menor dúvida de que os contribuintes sentem-se enganados e explorados pelos governos federal, estadual e municipal porque não recebem serviços na qualidade e quantidade previstos pela lei, com retribuição pelos impostos pagos.

Pobres e ricos estão, paradoxalmente, unidos nesta ofensiva contra o pagamento de impostos. Uns por desespero ou frustração, e outros pela ambição de não dividir suas receitas pessoais ou corporativas com o poder público.

Nos Estados Unidos, o movimento Tea Party, ultraconservador, lidera uma campanha nacional contra o pagamento de impostos, invocando, como precedente, a histórica rebelião das antigas colônias britânicas na América do Norte, no século 18. O nome Tea Party, ou rebelião do chá, marcou o início da campanha pela independência dos Estados Unidos, a partir da recusa dos colonos de pagar impostos sobre o chá vindo da Inglaterra.

O movimento contra os impostos já tem o seu herói, o engenheiro eletrônico Joe Stack, que se matou em fevereiro de 2010 em Austin, Texas, ao jogar seu avião monomotor contra os escritórios do serviço de imposto de renda dos Estados Unidos. O suicida deixou uma carta responsabilizando o governo por seu desespero financeiro.

No Brasil, a campanha contra os impostos, que está sendo liderada por entidades empresariais e partidos conservadores, seguramente vai contaminar a campanha eleitoral, associada à idéia de que o governo, além de taxar em demasia os contribuintes, esbanja os recursos arrecadados.

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