Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Argentina: Enquanto a seleção de Maradona faz bonito, a imprensa é acuada pelo governo de Cristina Kirchner

Fonte: Jornalista e Companhia (J&Cia), de 23 de junho de 2010
Por Márcia Carmo  (especial)

O mercado de imprensa continua agitado aqui na Argentina. O governo mantém a queda pública de braço  com os principais jornais do país, Clarín e La Nación, e a expectativa é em relação ao que acontecerá com a empresa Papel Prensa S.A – fornecedora de papel para esses diários.

A empresa conta com maioria acionária do Clarín e participações similares do La Nación e do governo, como contaram dois diretores do La Nación. Mas enquanto a disputa esquenta nos bastidores, um jornal deixou de circular e outro anuncia a chegada com cartazes nas ruas.

O jornal Critica não sai mais impresso e o site Critica Digital, do mesmo grupo, também parou de ser atualizado. “Tente mais tarde”, diz a versão online. O diário foi lançado em 2007.

Vários jornalistas experientes deixaram outras redações para trabalhar no Critica – que em pouco tempo, com furos e mais furos, tinha passado a ser leitura obrigatória.

Hoje, alguns colegas fazem vigília no prédio, organizando manifestações, como contou um ex-editor. Outros entraram com ação na justiça, reclamando salários atrasados.

De acordo com uma nota publicada no Clarín, a empresa Papel 2.0, que editava o Critica, entrou em concurso (concordata), com um comunicado à justiça comercial.

A Papel 2.0 tem ativo de 5,9 milhões de pesos e passivo acima dos 19,3 milhões. Nos últimos dias, cartazes anunciam em Buenos Aires a circulação de um novo jornal no país: Tiempo Argentino. Tablóide, com 40 páginas, o diário chegou às bancas há pouco mais de um mês. Custa 2,50 pesos (cerca de R$ 1,25).

Um dos colunistas é o radialista  uruguaio Victor Hugo Morales, um dos principais comentaristas de esporte da Argentina. Ele tem um programa de sucesso na rádio Continental.

Recentemente, Victor Hugo declarou apoio ao governo de Cristina Kirchner. Foi parar na capa da revista Noticias, entre outras publicações que questionaram esse apoio.

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