O Centro Histórico de São Luís do Maranhão, a única capital brasileira fundada
por franceses, protagoniza o descaso público que se estende para periferia e
deságua no interior do Estado que reúne municípios com os menores Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH) da nação.
Palácio dos Leões |
Sem investimentos
em infraestrutura, as ruas da capital do Maranhão estão em péssimas condições de
conservação e a frota de veículos na cidade é cada vez
maior, tornando o trânsito caótico e quilométrico semelhante ao das
principais capitais do País.
Prestes a completar
400 anos, a cidade, berço esplêndido do feudo “SARNEY”, parece parar no
tempo. Não à toa o Maranhão concorre com o Piauí anualmente
na posição de estado mais pobre do Brasil.
Alguns cartões postais, como
os localizados à Praça D. Pedro II, onde fica o centro histórico da
capital, demonstram abandono, exatamente onde situam o Palácio dos Leões, sede
oficial do governo do Maranhão, o Tribunal de Justiça, a Prefeitura
Municipal e a Igreja da Sé.
No geral, as ruas próximas ao centro histórico _ que
corre o risco de perder o título de patrimônio histórico pela Unesco _ são
acompanhadas pelo perigo de assaltos, iluminação deficiente, pela incômoda
sensação de insegurança e nítida desigualdade social.
Quem passar à noite pela cidade de São Luís vai
ouvir alguém falar que o público que circula pelo centro da cidade são
moradores de rua e turistas que enfrentam o medo e se dispõem a conhecer
a cidade, mesmo diante do perigo.
Ainda assim, se observa duas obras em execução na
capital, como a extensão do prolongamento da Avenida Litorânea, um dos
mais belos cartões postais da capital maranhense, e a ampliação do aeroporto
que, por enquanto, está improvisado no antigo prédio.
Conforme notícias locais, em março de 2011 o terminal de passageiros do
aeroporto foi interditado para reformas emergenciais depois
de parte do teto ter caído.
Crime em praça pública
Ao circular pelo centro histórico de São Luís do Maranhão, em pleno sábado, 27 de maio de 2012, vi ali na Praça D. Pedro
II uma briga entre dois homens que acabou em um assassinato. Um deles morreu exatamente a pouquíssimos metros de distância do Tribunal de Justiça e da sede oficial do governo do Maranhão, onde a
segurança deveria ser reforçada.
A imprensa local noticiou que a vítima era um morador de rua, identificado apenas por “Daniel” (sem sobrenome, talvez estivesse sem documentos) que morreu ali por não resistir a cerca de quatro golpes de gargalos de garrafa. As informações são de que a vítima era um ex-presidiário e estava em liberdade há cerca de cinco dias.
O reflexo do descaso político não se restringe
apenas à capital. É intensificado e observado “a olho nú” em cidades do
interior, como Chapadinha, responsável pelo segundo ou terceiro menor IDH do País.
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