A Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), a Rio+20, terminou sem propostas concretas sobre a sustentabilidade do planeta Terra. Isso não quer dizer que não haverá mudanças na preservação do meio ambiente. O consumidor, hoje mais consciente sobre os danos ambientais e mais adpeto ao uso de produtos sustentáveis, deve ditar as regras de mercado.
Mudanças de paradigmas
Para ele, o processo produtivo sem responsabilidade ambiental tende a ficar muito oneroso nos próximos anos, em uma tentativa de forçar os cuidados dos fabricantes na desmaterialização ou desfabricação do produto, evitando o lixo eletroeletrônico.
A proposta é também permitir que as pequenas e médias empresas de equipamentos eletromédicos sejam certificadas para identificar o nível de periculosidade dos produtos desenvolvidos internamente. Até então, as fabricantes nacionais de eletromédicos precisam recorrer à China para realizar esse procedimento.
Transformando limão em limonada
De olho nas novas tendências, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer montou uma exposição interativa no espaço científico e tecnológico no Armazém 4 do Pier Mauá, durante a Rio+20, com a participação de um artista plástico para mostrar a possibilidade de reutilização de produtos eletroeletrônicos.
A seguir a matéria sobre as preocupações de alguns segmentos em uma tentativa de atender às exigências internacionais.
Projeto para reduzir
lixo no País
Diante da intensificação de cobranças sobre o destino correto de
resíduos sólidos de produtos eletroeletrônicos, grandes responsáveis pela poluição
ambiental, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer desenvolveu um
pré-projeto com o intuito de orientar as pequenas e médias empresas do setor de
equipamentos eletromédicos - intensivos em tecnologia - na reutilização dos
equipamentos obsoletos ou fora de uso. Tais como mesa cirúrgica, bomba de
infusão e ventilador pulmonar, alguns dos produtos incluídos no setor de
eletroeletrônicos.
Foto do Google |
A proposta é reduzir o lixo derivados desses
equipamentos surtindo impacto positivo no meio ambiente. "O planeta Terra
está em seu limite físico e temos de encontrar uma solução para os resíduos
sólidos de uma forma geral", disse o pesquisador do Centro de Tecnologia
da Informação Renato Archer, Marco Antonio Silveira.
Conforme o pesquisador, a tendência é de que a
indústria, de um modo geral, seja obrigada a criar um novo modelo de produção
para incluir a responsabilidade ambiental no processo produtivo nos próximos
anos. Ou seja, as empresas devem ser as responsáveis pelo fim da vida de cada
produto desenvolvido, como ocorre hoje com as pilhas.
Mudanças de paradigmas
Para ele, o processo produtivo sem responsabilidade ambiental tende a ficar muito oneroso nos próximos anos, em uma tentativa de forçar os cuidados dos fabricantes na desmaterialização ou desfabricação do produto, evitando o lixo eletroeletrônico.
Hoje o Brasil é um dos principais exportadores de
lixo eletroeletrônico do mundo, responsável por 680 mil toneladas anuais
exportadas, entre celulares, televisores e computadores, segundo pesquisadores
do órgão, baseados em dados da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) de
Minas Gerais. Não existem números disponíveis de quanto os equipamentos
eletromédicos representam do lixo total do setor de eletroeletrônicos no País.
Em razão da baixa reutilização desses equipamentos
internamente, os pesquisadores do Centro de Tecnologia da Informação Renato
Archer citaram dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud) de que em número per capita, o Brasil produz o dobro do que a China em lixo
eletroeletrônico por ano, ainda que a população chinesa seja quase cinco vezes
maior do que a brasileira.
O Brasil exporta esses lixos, basicamente de graça,
para o Japão, Bélgica e Alemanha, campeões na transformação desses resíduos
(que podem ter ouro, prata e cobre) em matéria-prima. Isso porque possuem
tecnologias economicamente viáveis para o descarte correto dos produtos.
Produtos barrados no exterior
Silveira disse que o pré-projeto foi criado baseado tanto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevista para vigorar em 2014, quanto nas normas da União Europeia. Hoje os países europeus são os mais avançados em políticas de reciclagem de produtos eletroeletrônicos.
Silveira disse que o pré-projeto foi criado baseado tanto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevista para vigorar em 2014, quanto nas normas da União Europeia. Hoje os países europeus são os mais avançados em políticas de reciclagem de produtos eletroeletrônicos.
Desde 2006,
a União Europeia adotou normas pelas quais proíbe a importação de produtos
eletroeletrônicos sem a garantia de um destino seguro para os aparelhos
obsoletos ou fora de uso. Esse é um dos motivos pelos quais o Brasil reduziu
drasticamente as vendas de eletromédicos - incluídos na categoria de
eletroeletrônicos - para os europeus, segundo o pesquisador.
Em busca de apoio
Criado inicialmente com o apoio de nove empresas de eletromédicos, o pré-projeto busca novos apoios financeiros, público e privado, para entrar no que seria sua segunda fase de operação. Isto é, expandir para toda cadeia produtiva.
Criado inicialmente com o apoio de nove empresas de eletromédicos, o pré-projeto busca novos apoios financeiros, público e privado, para entrar no que seria sua segunda fase de operação. Isto é, expandir para toda cadeia produtiva.
O pré-projeto recomenda, por exemplo, regulamentar
as empresas recicladoras de mesa cirúrgica, bomba de infusão e ventilador
pulmonar, por exemplo, para antecipar a prática da chamada logística reversa ou
cadeia produtiva reversa, prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos. A
proposta é assegurar que todo produto eletromédico criado no Brasil tenha um
destino seguro e não fique exposto ao meio ambiente no fim de sua vida.
A proposta é também permitir que as pequenas e médias empresas de equipamentos eletromédicos sejam certificadas para identificar o nível de periculosidade dos produtos desenvolvidos internamente. Até então, as fabricantes nacionais de eletromédicos precisam recorrer à China para realizar esse procedimento.
Transformando limão em limonada
De olho nas novas tendências, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer montou uma exposição interativa no espaço científico e tecnológico no Armazém 4 do Pier Mauá, durante a Rio+20, com a participação de um artista plástico para mostrar a possibilidade de reutilização de produtos eletroeletrônicos.
Com a expressão "transformando
limão em limonada", o artista transforma os equipamentos obsoletos em
pequenos brinquedos eletrônicos, como helicóptero e animais eletrônicos, com
restos de fios, mouses velhos e outros objetos sucateados.
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