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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ferramenta vai balizar metas de Aichi na Mata Atlântica

Com intuito de acompanhar com precisão o cumprimento das chamadas Metas de Aichi - plano estratégico internacional firmado há dois anos no Japão para o período de 2011 a 2020 - no Bioma da Mata Atlântica, o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) criou o Anuário Mata Atlântica para mapear e monitorar as diretrizes traçadas para a conservação da diversidade biológica, especificamente dessa floresta, até 2020.

Essa é a primeira ferramenta mundial criada para balizar e acompanhar o cumprimento das Metas de Aichi por biomas - disse o presidente do Conselho Nacional da RBMA, Clayton Ferreira Lino.

As Metas de Aichi são propostas firmadas em 2010 em Nagoya, na Conferência das Partes 10 (COP-10), da Convenção sobe Biodiversidade Biológica (CDB) - um dos acordos mais importantes derivados da Eco-92. As reuniões da COP são bianuais e o número 10 da COP significa que já houve 10 reuniões, até agora, entre as partes envolvidas nas discussões sobre o desenvolvimento sustentável da biodiversidade do planeta.

 No caso brasileiro, as metas setoriais foram traçadas pelos chamados "Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a estratégia brasileira para 2020", com a participação do governo, ONGs, comunidade científica, indígenas e setor privado.

O Anuário Mata Atlântica, conforme Lino, é apoiado pelos comitês da Reserva da Biosfera presentes em 17 estados que acompanham o conjunto de trabalhos relacionados à Mata Atlântica.

Propostas para todos os biomas

Para viabilizar também o acompanhamento das metas de Aichi relacionadas aos demais biomas brasileiros - Caatinga, Amazônia, Pantanal, Cerrado e Pampa - o Conselho Nacional da RBMA recomendou ao Ministério do Meio Ambiente e a outras reservas de biosferas o desenvolvimento de um anuário específico para cada bioma, semelhante ao da Mata Atlântica.


Lino sugere apresentar os resultados do andamento das metas de todos os biomas brasileiros a cada dois anos, coincidindo com as reuniões bianuais da COP.

"Para cumprir as metas brasileiras para 2020 o Brasil tem de fazer a lição de casa e dar transparência ao acompanhamento dessas metas", opina Lino.

Metas brasileiras

Dentre as propostas específicas para os biomas que constam das metas brasileiras consolidadas até 2020 destacam-se a que propõe redução total de perda, degradação e de fragmentação de todos os ambientes nativos por ação ilegal; a que sugere o declínio de 100% da perda de ambientes naturais terrestres e de águas continentais na Mata Atlântica; e a que propõe redução de 90% do (desmatamento) do bioma Amazônia e de 80% do Pampa, igualmente do Cerrado, da Caatinga e do Pantanal. Destaca-se também o  alvo de reduzir a perda de ambientes costeiros e marinhos (em relação às taxas de 2009).

O Anuário Mata Atlântica reunirá, por exemplo, análises comparativas (anuais e plurianuais) sobre os avanços e desafios na conservação, conhecimento científico e tradicional e o desenvolvimento sustentável  do Bioma Mata Atlântica e em suas regiões marinhas adjacentes - subsidiando projetos e políticas públicas para essa mata.

"Vamos cadastrar no Anuário todos os projetos e seus desdobramentos de várias empresas privadas, ONGs, além do governo que trabalham com a restauração de florestas", explica Lino.

Leia aqui a matéria na íntegra

(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)


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