Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

“Quem não compreender a China ficará fora do jogo”

Quem não estudar e não compreender a China ficará de fora de qualquer jogo relevante no futuro. O alerta foi feito na tarde desta quinta-feira (18) pelo professor Antonio Marcio Buainain, do Instituto de Economia (IE) da Unicamp.

Antonio Marcio Buainain
 Ele participou, ao lado de Pedro Abel Vieira Junior, pesquisador da Embrapa Estudos e Capacitação, do seminário “Brasil: um negócio da China ou para a China?”, realizado no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). O evento foi uma iniciativa do Centro de Estudos Avançados (CEAv).

De acordo com Buainain, neste século a China deverá ser o país que mais exercerá influência nas regras que orientarão as questões econômicas e políticas mundiais. “Possivelmente, a China exercerá um poder que nem os Estados Unidos e nem a Inglaterra exerceram no passado”, cogitou. O docente destacou, ainda, que os chineses têm uma tradição milenar no que diz respeito ao comércio, ao empreendedorismo e à filosofia.

Por tudo isso, entende o economista, é indispensável que os demais países, principalmente o Brasil, tentem decifrar a China. “A China enviou milhares de jovens para estudar no Ocidente. Mais do que aprender matemática, física e química, eles vieram conhecer nossa cultura, descobrir como pensamos. Está mais do que na hora de também fazermos isso em relação a eles”, defendeu.

Conforme Pedro Vieira Junior, uma das atribuições da Embrapa Estudos e Capacitação é pensar temas estratégicos relacionados à agropecuária. A China, que representa um mercado com cerca de 1,2 bilhões de pessoas, é uma questão chave nesse sentido para a estatal. Ele destacou que mesmo em crise, aquele país deverá crescer 7,8% este ano, enquanto a economia mundial avançará somente 3,5% e a do Brasil, inexpressivos 1,5%.

“A economia chinesa está crescendo menos, os empresários chineses estão menos otimistas, mas nem por isso aquele país deixará de ser influente. Atualmente, é ele quem tem sustentado o crescimento do mundo”, destacou.

O CEAv, segundo o seu coordenador, professor Pedro Paulo Funari, promove a cada 15 dias um seminário para discutir temas relacionados à relação Brasil-China. O Centro conta com um grupo de estudos que reúne pesquisadores e especialistas com a finalidade de propiciar um entendimento amplo do papel da China no mundo contemporâneo e ampliar a cooperação entre a Unicamp e as instituições chinesas.

(Agência Unicamp)

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