Artigo de Leonardo Boff publicado no Mercado Ético
Quem leu meus dois artigos anteriores “O funesto império mundial das
corporações” e “Uma governança global da pior espécie: os mercadores”
terá seguramente concluido que na única nave espacial-Terra, seus
passageiros viajam em condiçõs totalmente diferentes.
Um pequeno grupo de super-ricos ocuparam para si a primeira classe com um luxo escandaloso; outros felizardos ainda viajam na classe econômica e são servidos razoavelmente de comida e bebida. O resto da humanidade, aos milhões, viaja junto às bagagens sujeita ao frio de dezenas de graus abaixo de zero, semi-mortos de fome, de sede e no desespero. Esmurram as paredes dos de cima, gritando: “ou repartimos o que temos nesta única nave espacial ou, num certo momento, acabará o combustível e pouco importam as classes, morreremos todos”. Mas quem os escutará? Impassíveis dormem depois de um lauto jantar.
Metaforicamente esta é a situação real da Humanidade. Na verdade, estamos perdidos e num voo cego. Como chegamos a esta situação ameaçadora?Temos experimentado dois modelos de produção e de utilização dos bens e serviços naturais para atender as demanas humanas: o socialismo e o capitalismo. Ambos fracassaram. Não cabe detalhar os dados. O sistema do socialismo real era de economia de planejamento estatal centralizado. Chegou a níveis razoáveis de igualdade-equidade nos campos da educação, da saúde e da moradia mas, por razões internas e externas, especialmente por seu caráter ditatorial não conseguiu resolver suas contradições e ruiu.
Artigo na íntegra: Estamos num voo cego: para onde vamos?
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