O gigante inflacionário não pode mostrar as garras
A decisão do governo de manter a meta de inflação em 4,5% para 2011 demonstra uma atenção especial aos eventuais aumentos de preços que podem acontecer, daqui para frente, mediante a recuperação da economia internacional. A demanda mundial ainda está desaquecida em consequência da crise financeira global que se agravou a partir de setembro do ano passado _ o que justificaria uma redução da meta porque os preços demostram estabilidade. Mas a preocupação é com o aumento dos preços futuros. Na prática, a inflação é a perda do poder aquisitivo da população.
O tom de cautela do governo pode ser um sinal de que o Banco Central deverá interromper a trajetória de queda acentuada da taxa básica de juros (Selic), pelo menos nos próximos meses.
A taxa Selic é fixada periodicamente pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, e representa a média das taxas que o governo paga aos bancos que lhe emprestam dinheiro, através da compra de títulos públicos, fornecidos pelo Tesouro Nacional, ou por outros mecanismos. Dessa forma, a taxa Selic é utilizada como "referência" para todas as demais taxas de juros.
O Banco Central usa o instrumento da taxa Selic para controlar a inflação, apesar de estar sempre atento ao desempenho da conjuntura econômica, como taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é todas as riquezas produzidas no país, indíces de desemprego, o comportamento da produção na indústria, vendas no varejo, principalmente nos supermercados, demanda da população pelos produtos, além da oscilação dos preços.
Desde janeiro deste ano, quando a Selic estava em 13,75% ao ano, o governo reduziu a taxa em 4,5 pontos percentuais, para 9,25% ao ano.
Em junho último a autoridade monetária havia reduzido em 1 ponto percentual a taxa Selic, para os 9,25% anuais, diante da ausência de eventos capazes de gerarem impactos inflacionários. Este é o menor patamar da taxa de juros desde a implantação da política de metas de inflação, iniciada em junho de 1999. O processo de flexibilidade da política monetária em junho aconteceu pelo quarto mês seguido.
Tal decisão deve ter sido uma tentativa do Banco Central de estimular os investimentos para reaquecer a economia brasileira, prejudicada pelos impactos da crise financeira mundial. A decisão de investimento dos empresários na economia é determinada pela confiança futura do consumidor. Na prática, fornecedores querem ter a certeza de que os produtos fabricados serão consumidos pela população. Dessa forma, evitarem acúmulos de estoques em suas empresas.
Mais:http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/06/30/brasil-mantem-meta-de-inflacao-para-2011-entenda-decisao-756592820.asp
Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas
terça-feira, 30 de junho de 2009
Governo atento às ameaças inflacionárias
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