Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas

terça-feira, 30 de junho de 2009

Governo mantém meta de inflação para 2011

Fonte: Agência Estado. A informação, segundo a agência, é da BBC Brasil eNegritom Brasília

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem que a meta de inflação para 2011 permanecerá em 4,5%, anunciou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O governo repete, assim, a mesma taxa aplicada para os anos de 2009 e 2010. O número servirá como "alvo" da política monetária já a partir de 2010, já que as decisões sobre os juros podem levar até nove meses para surtir efeito sobre a inflação. Alguns analistas de mercado chegaram a argumentar que o Brasil teria espaço para reduzir a meta em 2011, já que a crise econômica reduziu o consumo e, em consequencia, a possibilidade de alta dos preços. No entanto, a maioria dos especialistas já apostava na manutenção da taxa em 4,5%. A explicação é de que a inflação voltará a assustar assim que os países começarem a se recuperar. Entenda o que está por trás da decisão do governo. Por que o governo optou por manter a meta em 4,5%? A manutenção da meta em 4,5% indica que o governo ainda não vê espaço para uma redução significativa da inflação no país.

Os preços de algumas commodities, que têm grande influência sobre a inflação no país, já mostram sinais de recuperação. Até 2011, é provável que subam ainda mais. Além disso, uma taxa menor diminui as chances de acerto do Banco Central. E se a inflação der sinais de que irá ultrapassar o alvo, o governo precisará intervir por meio do aumento das taxas de juros, o que prejudica o crescimento da economia. Um exemplo desse processo ocorreu no ano passado, quando a inflação ficou em 5,9%. O número ficou dentro da faixa de tolerância (2,5% - 6,5%), mas muito acima do centro da meta, de 4,5%. O Banco Central se viu obrigado, então, a iniciar um processo de elevação dos juros, que passou de 11,25%, taxa de junho, para 13,75%, em dezembro.

Com o agravamento da crise financeira global, entretanto, o BC voltou a cortar os juros. Qual seria a vantagem, então, de ter uma meta mais apertada? A meta permite maior controle inflacionário. Os governos que adotam esse sistema, em tese, buscam cumprir seus compromissos, atingindo uma inflação "aceitável". Em 1999, quando o governo brasileiro adotou o sistema, o alvo da meta para a inflação era de 8%. Naquele mesmo ano, a inflação efetiva ficou próxima ao centro da meta, com 8,94%. Atualmente, a meta está em 4,5% e o mercado prevê uma inflação de 4,33%. Os economistas favoráveis ao modelo argumentam que, se a meta for menor, as expectativas de inflação tendem a convergir para esse novo patamar, reduzindo ainda mais a inflação no país.

Foto: Henrique Meirelles é presidente do Banco Central

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