Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Brasil, um adolescente que não quer crescer

Uma leitura do Brasil em Paris

O Brasil parece um adolescente que só quer diversão. A avaliação é do brasileiro Alfredo Valadão, diretor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, quando perguntado sobre a imagem do Brasil na França, em outubro de 2007, quando estive lá.

“O Brasil ainda está aprendendo a viver, parece um garotão de 18 anos”.

Valadão é carioca, há 30 anos vive na Europa. Em outubro de 2007, quando recebeu em seu escritório, instalado em Paris, um pequeno grupo de jornalistas brasileiros, a convite do governo francês, o carioca realizava estudos sobre o Mercosul.

Quanto mais passa o tempo, mais sentido fazem as palavras de Valadão, especialmente quando se analisa o comportamento do governo e dos políticos de nosso País, responsáveis pela execução do dinheiro público proveniente do recolhimento de impostos. A crise instalada no Senado Federal mostra como eles parecem mesmo garotões, embora a gente não deva ficar na ingenuidade de que trata-se apenas de atos inconsequentes. Por trás disso, há malandragem. No Congresso Nacional, a maioria dos parlamentares supera os 50 anos. Portanto, está mais do que na hora de agirem como adultos.

Nas palavras de Valadão, o garotão Brasil pode estar desperdiçando tempo e dinheiro com brincadeiras e curtição, em vez de arregaçar as mangas e enfrentar os desafios e responsabilidades. Já passou da hora de encerrar a farra com o dinheiro público e aliviar o contribuinte que tem que trabalhar para pagar os impostos ao governo.

É preciso entender que o timing  para enxugar a máquina administrativa está passando e que ainda é preciso abrir espaço para reduzir a carga tributária; diminuir gastos correntes para sobrar dinheiro para saúde, educação, ciência e tecnologia e obras  geradoras de emprego. Dessa forma, o país poderia criar poupança e construir um ciclo virtuoso na economia, promovendo os investimento na produção industrial e geração de emprego, com inflação controlada. Os países que já obtiveram a maioridade são mais responsáveis com as contas públicas.

A verdade é que o País parece aquele filho pródigo, um perdulário que não sabe fazer poupança para ter um futuro mais seguro, e inconsequente com o  equilíbrio das contas públicas. Deveria aproveitar o momento para fazer poupança, aproveitando as condições financeiras favoráveis e a extraordinária fase de estabilidade, mesmo diante da crise financeira que assombra as maiores economias do mundo.

Nosso Produto Interno Bruto (PIB), as riquezas produzidas no país, caiu 1,8% no primeiro trimestre deste ano sobre igual período do ano passado, mas tende a se recuperar ao longo do ano e, em 2010, poderá crescer 4% _ conforme as previsões do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Essa é uma formidável projeção, que pode chegar perto dos patamares do ano passado, quando o país cresceu 5,1%, o equivalente a R$ 2,9 trilhões.

2 comentários:

  1. Gostei do seu trabalho.
    Gostando de cine e outros vícios artísticos ficarei feliz com sua visita.
    Abraços
    Emilio Gallo

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