Trabalhou quase oito anos no Grupo Gazeta Mercantil, passou pelo Valor, DCI e revistas

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Brasil sai mais forte da crise

Passado o pior momento da crise financeira mundial, o Brasil volta a crescer e ganha status no cenário internacional. O diretor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-secretário da Fazenda de São Paulo, Yoshiaki Nakano, acredita que o País deve migrar de uma economia emergente para uma desenvolvida. “O novo quadro pós-crise está abrindo espaço e chamando o Brasil para ser um Estado-nacional autônomo e capaz de estabelecer as prioridades nacionais”, analisou o economista, ao traçar um cenário de longo prazo para a economia brasileira.
Para Nakano, as transformações pelas quais o mundo está passando, sobretudo a economia dos Estados Unidos, tendem a beneficiar a economia brasileira. Nas palavras do economista, a população americana não quer mais ser o centro econômico do universo e nem se responsabilizar mais pelo financiamento do balanço de pagamento mundial. Ou seja, os americanos querem estímulos econômicos para desenvolver a economia interna e reduzir as importações, depois da explosão da crise naquele bloco. Com o recuo do gigante econômico americano que tenta se levantar do tombo da crise, alguns países emergentes tendem a ganhar espaço no mercado mundial. É o caso do Brasil que tem demonstrado "maturidade" na superação da turbulência.
“As forças da economia mundial estão mudando e isto, pela primeira vez, abre espaço para o Brasil se firmar como um Estado-nacional autônomo. Hoje as empresas brasileiras estão tendo mais espaço no cenário externo; isto é algo novo”, Nakano analisou. Alguns acreditam que o Brasil pode se tornar a quinta maior economia do mundo.

Brasil precisa traçar uma política de longo prazo
Para acelerar o processo de transição de uma economia emergente para uma desenvolvida, o Brasil teria que fazer algumas lições de casa. Nakano defendeu uma política estratégica de longo prazo focada no modelo desenvolvimentista. Ou seja, os próximos governos do Brasil teriam que se esforçar para criar um ambiente positivo de investimento para estimular a infraestrutura, objetivando atrair recursos público e privado. Eles teriam que reduzir a carga tributária a fim de incentivar os investimentos produtivos, embora o consumidor seja o principal pagador de tributos, pois as alíquotas são repassadas aos preços dos produtos.

Nakano sugeriu ainda melhorar a educação e aumentar os investimentos internos. “O dinamismo da economia interna terá que se responsabilizar pelo crescimento do PIB”, proferiu. Na prática, Nakano avalia que a economia brasileira teria que crescer sustentada mais pela força do mercado interno do que pelas exportações que devem cair em decorrência da redução das importações dos Estados Unidos.

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