Solevando o olhar
percorro a parede nua
nada vejo, apenas sinto!
Tudo fica amurado
nesta parede branca
rasgada por uma janela atrevida
que me mostra o céu
escuro da noite,
os pingos de chuva
acordam o silêncio.
O meu olhar foge
pelos vidros da janela fechada
em busca da liberdade
mas, a escuridão da noite,
as pingas de chuva
cegam-me o horizonte
tudo fica resumido
na esperança de ver o tempo passar
em busca de um olhar mais longo.
Abruptamente a chuva castiga
os vidros da janela
quebrando a soturnidade
dum silêncio deveras mudo.
Pelos vidros projecto os meus sonhos,
a vontade de ser
algo mais que um número
ou um observador de janela
em busca de coisas
que o escuro da noite
não consegue esconder!...
António Veiga (http://www.devaneiosdevida.blogspot.com/)
Obrigado por visitares e sinto-me honrado por gostares dos meus poemas.
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