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sábado, 11 de junho de 2011

Finep e BNDES fazem acordo para produção de etanol de 2ª geração

Com a intenção de desenvolver a produção de etanol de segunda geração, a Finep e o BNDES assinaram no mês passado um acordo que prevê o fomento de projetos que contemplem o desenvolvimento, a produção e comercialização de novas tecnologias industriais para o processamento da biomassa extraída da cana-de-açúcar.

Pelo acordo, que deve vigorar por quatro anos, o BNDES liberou R$ 1 bilhão à Finep, valor que deve recompor o orçamento da Financiadora que este ano perdeu R$ 650 milhões do governo federal. Tais recursos destinam-se a empresas interessadas no desenvolvimento da tecnologia do etanol de segunda geração em escala de produção.

Produtividade - A intenção da Finep é aumentar a produtividade do setor por considerar que a atual produção de etanol (de primeira geração) é insuficiente para atender a demanda futura pelo biocombustível. O Brasil ocupa posição mundial privilegiada como grande produtor de biocombustíveis, em particular de etanol extraído da cana-de-açúcar. A atual tecnologia industrial do etanol, entretanto, está próxima de seus limites, segundo avalia a Finep.

“Entendemos que o aumento da produção do etanol se dará pelo processo de segunda geração”, explica o secretário de técnico de energia e biocombustíveis da Finep, Laercio Siqueira. Ele entende que qualquer iniciativa para melhorar a eficiência do etanol de primeira geração demandaria grandes recursos para obter pouco retorno.

Há um desafio mundial para desenvolver a tecnologia do etanol de segunda geração em escala industrial. Dentre eles, diz o secretário, estaria a produção de enzimas apropriadas para o seu processo produtivo.

Na prática, o acordo representa a criação de um novo programa do governo federal, batizado de Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (Paiss), que deve ter “sua primeira fase” implementada nos próximos quatro anos, aproximadamente.

As partes envolvidas criarão um comitê a ser integrado pelo corpo técnico de oito pessoas, quatro de cada instituição, que “conduzirão todo processo” desse programa.

Segundo Siqueira, os interessados nos novos recursos da Finep devem apresentar as propostas preliminares até 17 de junho próximo. Podem participar do Paiss empresas cujo objetivo social compreenda a realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação relacionadas às tecnologias incluídas em tal programa.

A ideia é estimular também a produção de produtos de maior valor agregado, que podem ser obtidos pela biomassa da cana. Tais como, os combustíveis de maior conteúdo energético (diesel, gasolina, butanol e querosene de aviação) ou mesmo intermediários químicos com aplicações industriais diversas, segundo a Finep.

Diante dos acordos realizados com o BNDES e com o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), a Finep ampliou em R$ 2 bilhões os recursos destinados ao financiamento com retorno de projetos de ciência, tecnologia e inovação em empresas nacionais. Dessa forma, o orçamento total da Agência passou de R$ 4 bilhões para cerca de R$ 6 bilhões este ano.
(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência, 01 de abril)

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